Dou uma volta e deparo-me com pequenas delícias: pãezinhos frescos, croissants dignos de qualquer pastelaria francesa, geleias dos mais variados sabores, sumos de fruta frescos, leite de camelo, e frutas várias, especialmente melancia…muita melancia!
Seguindo um pouco o conceito do “coma tudo quanto puder”, enchemos os estômagos até mais não, pois já sabemos que a próxima refeição não virá assim tão cedo.
A saída do hotel está marcada para as 09:00 e, como bom português que sou (e que me iria revelar ao longo de toda a viagem) sou a ultima pessoa a chegar junto do autocarro (o que andei a fazer? Isso agoraaa!)
Primeira parte do programa de manhã: visita ao Museu do Bardo. Regra geral não sou pessoa de ficar especialmente entusiasmado com a ideia de me enfiar num museu quando ainda nem conheço a cidade, e esta visita não foi excepção: o museu, apesar de reunir a maior colecção de azulejos do mundo, não me impressionou, e eu estava muito mais entusiasmado com o ponto seguinte do programa. Depois de visitar o museu saímos à rua e fomos rodeados de vendedores que tentavam vender de tudo um pouco, desde água a bijutaria, passando por postais e óculos de sol.
“13 Dinar!” por uma garrafa de água (de loucos!) “5 Dinar!” por um postal (deves estar cheio de sorte) pensava eu.
De autocarro, seguimos viagem até a uma pequena vila que se assemelha, em dimensões e na importância que tem a nível de turismo, à vila de Sesimbra. A vila tem o nome de Sidi Bou Said e tem uma arquitectura tipicamente árabe: casas baixinhas caiadas de branco, com o tecto em abobada (que parece ajudar a manter o ambiente dentro de casa fresco, visto que o ar quente sobe).
A vila está completamente orientada para o turismo, vendo-se nas ruas bancadas que fazem lembrar os mercados das cidades árabes.
O sol ia alto e o calor era imenso. A localização da vila na costa do mediterrâneo fazia com que os valores de humidade fossem altos, elevando o nível de desconforto térmico para um nível a que aqui em Portugal não estamos habituados, conclusão: andar sempre com uma garrafa de água atrás!
Nesta zona do planeta é costume dos seus povos beber muito chá, alegando que o chá quente é uma bebida refrescante e que tira a sede. Estavam uns 35C, não corria uma aragem que fosse e chá quente não era de forma alguma a bebida com a qual andava a sonhar, mas “what the heck” pensei; “se estou aqui é para aproveitar” e assim foi. Pedi o chá típico da região: chá de menta com pinhões. O chá vinha de forma quente que foi difícil pegar na chávena, mas não valia a pena esperar que ele arrefecesse pois eu, à falta de mais lugares, tinha-me sentado à esplanada, ao sol. Bebi o chá e devo dizer que foi dos melhores chás que alguma vez provei na minha vida.
A lógica de beber chá quente com um calor abrasador é muito simples: sendo a bebida quente, vai fazer subir a temperatura corporal, e quando isto acontece o corpo humano transpira, sendo que a transpiração é uma resposta natural do corpo humano ao calor, servindo quase como um “ar-condicionado”, e devo dizer que, caso este pressuposto que me foi dado a conhecer esteja certo, então eu confirmo: funciona às mil maravilhas.
Vendas em Sidi Bou Said
O Mediterrêneo
Casa de chás
Sidi Bou Said