Primeira surpresa da noite: tínhamos bilhetes reservados em classe turística mas viajamos em executiva, o que nos valeu uma refeição reforçada com bebidas à descrição e algum entretenimento a bordo extra. O voo decorreu de forma muito tranquila e deixamos Lisboa com um tempo fresco e algo ventoso.
Duas horas e meia mais tarde, ao aproximarmo-nos do aeroporto, começamos a perder altitude e o avião sobrevoa a cidade de Tunis – vejo nas ruas as luzes dos poucos carros em movimento e à medida que perdemos altitude vou vendo com maior clareza os edifícios e as pessoas nas ruas. Tenho gravada na minha memória a imagem da baixa de Tunis vista do céu – prédios de vidro com todo o lettring escrito em árabe, com as ruas ladeadas de palmeiras, e as pessoas a passearem nas ruas. “WOW coisas escritas em árabe! Lindo! Não percebo nada do que lá está escrito! Cheguei a outro continente!”
O avião continuou o seu percurso rumo ao aeroporto e momentos depois aterra.
“Mesdames et Monsieurs soyez bienvenus à Tunisie, nous avons arrivés à l’aeroport de Tunis-Carthage”

Foi-nos dito que a hora local era 00:30, uma hora a mais que em Lisboa, e que a temperatura exterior era de 27C. Saímos para o aeroporto por uma manga e verifiquei que este era um edifício antigo, mas bem restaurado. Lá dentro, apesar da hora, via-se muita gente, muitos turistas principalmente. Passámos pelo posto de controlo dos passaportes onde me puseram um engraçado carimbo com o desenho de uma palmeira, e de seguida fomos levantar as malas para daí irmos ter com o responsável da agência de viagens que havíamos escolhido para viajar.
Na sala das chegadas via-se muita gente empunhando papéis com nomes de pessoas, países, cidades e agências de viagens. Procuramos, e lá estava o senhor que nos iria acompanhar na semana que se seguiria – era o senhor Bouzide (penso que é assim que se escreve), um senhor árabe simpático, muito moreno, sorridente e que falava o português quase na perfeição.
Enquanto se esperava pelo resto da “trupe” (excursão) decidi ir dar uma volta pelo aeroporto, e aquilo que vi deixou-me surpreendido – o tecto e as paredes eram pintados a ouro!
Momentos depois, mal saí do aeroporto, fui imediatamente envolto por um bafo quente e húmido. Sim, húmido. Segunda surpresa da noite – eu que associava o norte de África ao deserto esperava tudo menos um ar húmido, mas a verdade é que a taxa de humidade era altíssima, e não soprava uma aragem que fosse. Fomos levados até ao autocarro que nos guiaria ao nosso hotel. Felizmente o autocarro era moderno e tinha ar condicionado.
Ficamos instalados no hotel de 4 estrelas Mercure - El Mechtel, bem no centro de Tunis, e quando lá chegamos, terceira surpresa da noite: eram quase 2 da manhã, mas tínhamos um dos restaurantes abertos com comida à descrição para que nos pudéssemos servir (como devem imaginar, não fiz cerimónia) – pratos ocidentais e árabes (que confesso não cheguei a provar nessa noite), tudo ao som de música árabe, com vista para um bonito jardim muito bem arranjado. No fim do jantar, tal era a minha ânsia de descobrir o mundo novo ao qual acabara de chegar, não me fui deitar logo, mas fui antes passear pelos jardins do hotel, que tinham também um bar com esplanada ao ar livre, e uma piscina com ar tentador.
A noite estava de facto muito quente e a vontade de ir para a cama não era grande, mas tinha de ser, na manha seguinte o acordar era às 7hrs da manhã.
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