É tudo muito bonito, mas o que eu queria mesmo, era ver o deserto.
O dia começou então por uma visita a uma casa troglodita, que é o nome dado às casas onde os berberes, os povos do deserto, vivem.
Ora, vivendo eles no deserto, e com recursos escassos, que truques utilizam eles, à falta de ar-condicionado, para se protegerem das grandes variações de temperatura?
Constroem as suas casas na rocha. Sim, leram bem, na rocha!
O percurso em direcção ao deserto do Sahara prosseguiu, e foi bastante interessante ver a transição entre os vários desertos.
Primeiro, a casa troglodita que visitámos, localizava-se no deserto rochoso, que não passava exactamente de rocha e poeira. À medida que nos aproxivamos do Sahara, o terreno outrora rochoso ia-se tornando mais suave e começavam-se a ver algumas palmeiras aqui e acolá, tornando-se depois apenas num terreno de pedras soltas, mas plano, até que, pontualmente começam a aparecer alguns aglomerados de areia no meio das pedras, sendo em cada vez maior número consoante nos dirigimos para o interior do país.
A próxima paragem seria para almoço numa povoação de nome Douz, conhecida como as portas do deserto. Era a primeira povoação em pleno deserto do Sahara, e a forma como estava implantada era impressionante. Para travar o avanço do deserto, os povos locais construiram um oasis artificial e lá se instalaram. Mas a partir do momento em que se sai da povoação, o contraste entre deserto do Sahara (só areia) e apenas o deserto, era impressionante!
Literalmente, as portas do deserto! Tuado o que fica antes desta praça, é a aldeia de nome Douz, algumas palmeiras e rocha, para lá desta praça, não se vê nada que não seja areia...
Mas o ponto alto do dia era mesmo o passeio de camelo...er....dromedário!
Ok, qual é a diferença? De acordo com o que me foi explicado, camelo é o animal que se encontra nos desertos frios e que tem duas bossas, enquanto que o seu parente de climas quentes tem apenas uma bossa e chama-se dromedário.
Curiosidade: fiquei a saber que nesta zona a polícia, em vez de andar de carro ou mota, utiliza, como principal (mas não exclusivo) meio de transporte um parente do dromedário que alcança, a correr em terrenos rochosos e arenosos, velocidades impressionantes de 70km/h! Infelizmente não consegui tirar nenhuma fotografia a este bicho espantoso!
Fomos então andar de dromedário em pleno deserto do Sahara, para visitar um pequeno oásis de 5 ou 6 palmeiras perdido no meio das dunas. Devo dizer que a sensação de estar no meio do deserto é fenomenal! Sentimo-nos tão insignificantes perante a sua imensidão de milhares de quilómetros! (o deserto do Sahara tem aproximadamente o tamanho dos Estados Unidos da América...)
A viagem prosseguiu em direcção a um deserto muito particular. Exstem apenas três tipos de deserto no mundo: o deserto rochoso, o deserto de areia e o deserto de sal, e na lá encontram-se os três tipos de deserto.
Na Tunísia o deserto de sal chama-se Chott El Jerid, e localiza-se num antigo e gigantesco lago que existiu há milhares de anos atrás. Segundo reza a história, a Tunísia, há muitos milhares de anos, foi varrida por um tsunami que fez com que vastas áreas planas do país se tornassem em autênticos lagos. Com o passar dos anos, naturalmente, a água evaporou-se, deixando no fundo do lago, que tem o tamanho aproximado ao do Alto Alentejo, coberto de sal!
A experiência de estar a atravessar uma vasta area toda coberta de sal, com o chão a reluzir com o reflexo do sol, é magnífica!
Em alguns locais, ainda se vêem vestígios do antigo lago!
Miragem no deserto - a figura ao centro da imagem, qual submarino, não existia!
O dia acabaria em Tozeur, uma povoação construída no meio de um oásis natural, onde tivemos a oportunidade de andar de charrete!
Acabou mais um dia de viagem, com uma repousante e relaxante incursão na piscina do hotel...
4 comments:
É fantástico reviver toda a viagem nas tuas memórias. :) Mas olha que acho que nem todas as casas onde os Berbéres vivem se denominam trogloditas. Apenas aquelas que são escavadas na rocha têem essa denominação. Aliás, denomina-se de troglodita aquele que vive em grutas.
Beijo!
Obrigado Tânia! Sabes que esta foi, para mim, uma viagem especial, por várias razões: foi a primeira vez que estive em contacto com uma cultura diferente e exótica, num continente diferente, e foi desta forma que tive a oportunidade de te conhecer e travar amizade contigo e com a tua prima!
Um "bem haja" para esta viagem!
Quanto ao reparo que fizeste, agradeço,e prometo que no final, quando fizer um apanhado da viagem toda, que rectifíco esse pormenor =)
Bom... não era pra rectificar, era só mesmo numa da curiosidade. :P Quanto ao resto, é recíproco. ;)
E quando é que vemos uns gajos cortados às postas? (isto partindo do princípio que vai ser antes de irmos de novo pró deserto. LOL!!)
:**
AHAH o Hostel...foi uma associação muito à frente para mim :P
Mas sim, havemos de ir ao deserto, e será no Arábia que é bem mais exótica ;)
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